Futurólogo profissional, o bem-humorado Jean Paul Jacob, pesquisador da IBM americana há 40 anos, é um dos cientistas brasileiros mais respeitados no exterior. Já foi contestado por prever o fim do disco de vinil e o surgimento do notebook. Desta vez, ele polemiza novamente, apostando no desaparecimento dos computadores, tal qual os conhecemos, e na expansão devastadora da internet. A rede do futuro, segundo ele, será vitaminada: vai interligar bilhões de objetos pessoais, de privadas a fornos microondas. Em algumas décadas, existirão chips capazes de serem conectados à internet até nos piercings que os jovens usarão. Impossível? "Meu primeiro projeto científico, para a Nasa, em 1961, era produzir um sistema que simulasse gravidade em laboratórios espaciais. Os médicos da época duvidavam, dizendo que, sem a gravidade, os órgãos dos astronautas sairiam do corpo. Estavam errados", diz Jacob, que vive na Califórnia e falou com a Super Interessante durante uma breve passagem por São Paulo. Abaixo está uma das perguntas feitas à Jacob:
Quais seriam as idéias mais malucas?
"A Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos promoveu um workshop e convidou funcionários de grandes empresas de tecnologia para discutir especulações absurdas para daqui a 50 anos. A sugestão mais maluca que surgiu ainda não tem como ser concretizada. Imagine um vapor que tomasse conta da sala onde você estivesse e que apresentasse campos eletromagnéticos, gerados pela sua palavra. Você diria: "Quero uma xícara de café", por exemplo, e o vapor se condensaria em uma. Ou, então, falaria: "Preciso de tal medicamento" e logo teria um nas mãos. Muita gente acha que poderemos fabricar objetos a partir de vapores ou neblinas daqui a uns 100 anos. Existem outras idéias mais simples, como dar gosto a alguma coisa por comando. Você teria um copo com um líquido, com uma série de partículas em suspensão, como pequenas esferas com gostos diferentes. Você diria "suco de uva" e a respectiva cápsula se abriria. As outras ficariam inodoras e sem gosto".
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